A Taissa Schuartz é chef de cozinha, aliás, especializada em gastronomia personalizada. Mas também é advogada, atuou durante muitos anos na área trabalhista. Ela me disse que cresceu acreditando que a gente não deve ter um Plano B , porque achava que quando se pensa em Plano B o Plano A fica de lado. Mas ela acabou mudando de opinião.
Em 2011, a Taissa morava e era advogada trabalhista em Maceió. Essa área depende muito de correio, de banco. Pois ela enfrentou uma greve de correio que emendou com uma greve dos bancos. O resultado: três meses sem entrar dinheiro nos escritórios que comandava. As contas começaram a atrasar e ela teve que pensar em um Plano B. Como sempre gostou de cozinhar, aproveitou que o verão estava chegando para abrir uma pequena lanchonete em uma praia perto de Maceió. Durante esse processo, para "ajudar" bateram no carro dela. Sem problemas, começou a fazer tudo de ônibus mesmo. Superou todas as dificuldades e foi aprendendo na prática tudo sobre o setor. Em três semanas fechou os dois escritórios e no fim do verão já estava com as contas em dia.
O sucesso deu ânimo para a Taissa, que começou a trabalhar com eco gastronomia e com o conceito de slow food. “Sempre gostei de fazer um trabalho personalizado”.
Ela já estava com um restaurante bem maior oferecendo 34 pratos no cardápio quando precisou repensar a vida novamente. A filha dela queria estudar em Curitiba. Em 15 dias ela fechou o restaurante e pegou a estrada. E novamente começou do zero. A ideia inicial era abrir um pequeno restaurante,em Curitiba, com no máximo 8 mesas para manter a qualidade e a personalização, mas como não conseguiu um espaço decidiu que iria cozinhar na casa dos clientes. Com o tempo foi coneuistando mais e mais clientes atendendo também grandes festas.
A pandemia, que atingiu em cheio o setor de eventos, acabou mostrando para a Taissa que ela não estava sozinha. Muitos clientes que já tinham adiantado o pagamento de eventos, começaram a contratá-la, para o preparo de pequenas refeições e isso garantiu seu sustento por um tempo. Mesmo assim, teve que procurar um emprego formal e durante um ano trabalhou em uma cozinha industrial. Agora que a vida voltou ao normal segue firme no propósito de fazer uma culinária personalizada para os clientes. /
As dicas da Taissa
-Tem que ter experiência ou contato com a área em que quer empreender antes de começar porque a gente precisa ter absoluta certeza que a gente gosta disso.
- Se não for por amor fica mais difícil porque o empreendedor não tem décimo terceiro, não tem férias, mas quem faz o que gosta não trabalha nenhum dia da vida
- Tem que tirar a capa de glamour do empreendedorismo, ter consciência que você não sabe tudo , que precisa de ajuda.
Eu aprendi a delegar, mas sei exatamente tudo o que acontece na minha empresa./