Startup curitibana leva educação financeira a escolas públicas com metodologia inovadora e gamificação

14 de setembro de 2025 por Vanessa Brollo

A Investeendo, uma das vencedoras do Pitch Vale do Pinhão 2025, nasceu do desejo de um professor de escola pública de transformar a realidade dos estudantes. Criada por Sam Adam Hoffmann, a startup utiliza gamificação para levar educação financeira e empreendedora a jovens em situação de vulnerabilidade.

O empresário tinha experiência como professor e foi buscar na sua sócia, Vanessa Cristiane Motta de Matos, o conhecimento que precisava na parte de finanças. Além de ter sido professora, ela foi gerente de banco e com a filha Mariana de Matos Rosa atuava como voluntária dando aulas de educação financeira. Hoje, as duas atuam na empresa, Vanessa como CFO e Mariana na parte comercial

Começaram com um jogo de tabuleiro que simula toda a jornada do empreendedor até chegar ao aplicativo que propões missões em troca de moedas digitais, com as quais podem simular investimentos, por exemplo.

O aplicativo funciona em totens interativos e promove o aprendizado de maneira lúdica e colaborativa. Assim, os estudantes compreendem conceitos como poupança, investimento e gestão de dinheiro. Para que seja realmente inclusivo, os alunos recebem um cartão que pode ser usado no totem que fica na escola, sem depender de celulares ou computadores, o que torna a metodologia acessível e inclusiva.

“O app não apenas facilita o entendimento da educação financeira, mas também incentiva a participação ativa e a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos, preparando os jovens para um futuro financeiramente consciente e responsável”, explica o empresário.

Vanessa conta que com as moedas digitais do Investeendo os alunos podem, por exemplo, ganhar 5 minutos a mais no recreio ou fazer uma consulta de 2 minutos para uma prova e, em algumas escolas, até ter acesso a produtos físicos como mochilas e garrafas de água. “O objetivo não é incentivar o consumismo, mas mostrar como a gestão correta do dinheiro pode trazer benefícios no dia a dia”, explica a CFO.

Com o crescimento e impacto da Investeendo, Sam Adam tomou a decisão de se desligar definitivamente do cargo público.

“Foi uma das decisões mais emblemáticas da minha vida. De um lado, a estabilidade e o prestígio de um concurso que muitos almejam; do outro, a oportunidade de causar um impacto real e coerente com aquilo em que acredito. Escolhi o segundo caminho e não me arrependo”, conta.

Ele diz ainda que empreender socialmente é um caminho sem volta e que depois que você começa, simplesmente não tem como retornar.

“Como professor, eu impactava no máximo 200 alunos por ano. Hoje, com a Investeendo,  já alcancei mais de 7 mil estudantes com conhecimento útil, aplicável e transformador. Empreender socialmente é um caminho sem volta. É desafiador, mas gratificante causar impacto real na vida das pessoas”, afirma Hoffmann.

 A meta do empresário é chegar a cada vez mais escolas e alcançar 10 mil estudantes até 2027.

 

As dicas do empresário:

- Empreender não é jogar tudo para o alto e se arriscar atoa. Eu mantive meu emprego por um bom tempo enquanto empreendia nos períodos de descanso. Quando a empresa podia me pagar a mesma coisa que o trabalho atual, aí larguei para me dedicar só para a empresa.

 

- Nem todo mundo que se diz entendido, de fato é. Quando fundamos a Investeendo tínhamos uma meta de levar Educação Financeira para os mais vulneráveis. No meio do caminho, uma pessoa que supostamente era muito experiente veio com muitas ideias, entrou na empresa e tirou a gente do foco. Resultado, nenhuma venda, ninguém impactado e um prejuízo para tirar a pessoa depois. Se você tem um propósito claro e acredita nele, siga firme nele até ele dar certo ou você se convencer de que deve mudar.

 

- Se você está começando, nem sempre adianta ouvir os que já estão lá em cima. Tem muito empreendedor gigante que acorda 5h da manhã, que trabalha 1h por dia porque "não é funcionário da própria empresa", que faz isso e aquilo. Quem está começando não tem esse privilégio. Você vai sim trabalhar muito, descansar pouco, resolver muito problema e ter muita dor de cabeça. Faz parte da jornada.

 

 

www.investeendo.com.br

Foto: Ricardo Marajó/SECOM